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Para entender de gente…

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Para entender de gente, é preciso entender a si mesmo, acima de qualquer coisa. Estive outro dia numa palestra em que o apresentador, com o objetivo de quebrar o gelo entre os participantes, promovia algumas brincadeiras. Uma dessas brincadeiras era cumprimentar a pessoa ao lado com uma frase constrangedora… coisa boba, porém constrangedora. Na hora todo mundo riu, mas na prática mesmo, ninguém repetiu a frase. Ninguém sequer olhou nos olhos de quem estava ao lado.

Um pouco depois, outra brincadeira. Desta vez, era preciso tocar quem estava à direita, colocando as mãos sobre os ombros do outro ? lembra da fila na escolinha, lá na primeira série? Foi isso, mãos nos ombros. Eu que estava ali sozinha, por mais que entendesse o objetivo do apresentador, fiquei bem sem graça… era como se meu corpo fosse incapaz de fazer aquele gesto, que aparentemente era bem simples, mas muito desafiador numa situação entre pessoas estranhas. No final, um clipe musical com uma mensagem bonita. Legal, mas será que todos queriam cantar juntos, colocando os braços para cima, cheios de emoção?



Resumo: a palestra foi excelente, mas se eu pudesse, eliminaria todos aqueles momentos de exposição. Não sou tímida, acho até que falo bem em público e nunca tive medo dessas ocasiões… desde que eu conhecesse do assunto, ou fosse ao menos conhecida por uma, duas pessoas quem sabe. O que era para ser uma palestra na qual eu certamente iria ouvir e aprender, virou um laboratório, uma experiência em que fiz de mim mesma a cobaia. A parte boa é que isso me fez pensar no quanto, sem querer, acabamos expondo nossos passageiros ao longo das viagens que realizamos.

Aprendi com esse acontecimento que: quando você não conhece ninguém, tende a não olhar demais para o que está em volta. É mais seguro olhar para o celular, arrumar a mochila, fazer anotações, buscar qualquer atividade que te mantenha ali, em sua bolha imaginária. Essa bolha dura até que alguém apareça e se apresente, e aí você passa de total desconhecido a colega e permanece perto dele nos momentos seguintes. Ou, dura até que você resolva sair dali, se apresentando e passando para o outro lado onde há interação e a coisa anda mais descontraída.

Vamos imaginar que você continua na bolha e está mais confortável assim… como você se sentiria se aquele cara da bandeira que fala sem parar, resolvesse te tirar dali a força, expondo sua figura diante de todo o grupo com alguma brincadeira? Se você é do tipo descolado, que entra no jogo e encara a ?platéia? de frente, parabéns! Mas e se você for como eu, que sente o terreno antes e vai com calma, até entender onde se encaixa melhor? E se você for um pouco mais tímido, inseguro, como a maioria é nos primeiros momentos de interação em grupo? Fato é que, como guias, não podemos assumir que todos estarão sempre à vontade, e por isso precisamos ir devagar, conhecendo nossos passageiros antes de promovermos grandes momentos de exposição. Só aprendi isso, de verdade mesmo, depois que fui exposta e me senti constrangida, quando finalmente pude me colocar no lugar de todos aqueles passageiros tímidos com quem já viajei.

Quando a gente não gosta da brincadeira, é bem provável que a gente passe a gostar menos do dono da brincadeira, e passe a acreditar menos nele, não dando muito crédito para o que ele está a propor. Quando a gente gosta, é mais fácil… a gente se abre, simplesmente porque atingimos um estado mental positivo em que aquela pessoa parece legal, e essa constatação por si só já é razão para darmos ouvidos a ela. Entende?

Basicamente, quero dizer que, se você é guia em Orlando e está diante de um grupo novinho, onde a maioria não se conhece, vai com calma! Conheça seus passageiros, entenda suas motivações e promova encontros agradáveis, no tempo deles. Fazer atividades de entrosamento é bacana sim, fazer com que se conheçam, que se apresentem e se chamem pelos nomes, tudo isso é fundamental… mas tem que ser legal, tem que fazer rir sem constranger, tem que ser livre, tranquilo.

É aquele negócio… pra entender de gente, tem que se conhecer primeiro.

Até!

Luciana Ribeiro
Change Treinamento em Turismo

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