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Dividindo experiências: amigos, amigos… trabalho à parte?

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Quando nos preparamos para conduzir um grupo, automaticamente começamos a pensar nas questões práticas da viagem, no perfil de cada passageiro e de que forma poderemos satisfazê-los, se vai chover ou fazer frio, se os parques estarão cheios, e por aí vai. Porém, dificilmente nos lembramos da nossa preparação: nos esquecemos de descansar a mente, deixamos o corpo de lado e as emoções ficam à flor da pele! Natural, afinal nos responsabilizamos pela segurança e felicidade de uma quantidade grande de pessoas, e voltamos todas as nossas energias para elas.

Ao levantarmos as nossas bandeiras parecemos seres inabaláveis, isentos de qualquer necessidade de afeto, atenção e cuidado; resolvemos os mais diversos tipos de situações, ficamos acordados por horas ao longo da madrugada, pulamos algumas refeições e ainda continuamos sorrindo. Para dar conta desse ritmo, mesmo que seja temporário, é preciso mais do que pura resistência física – é preciso Inteligência emocional e autocontrole. O que não é temporário contudo, nós carregamos conosco seja qual for a situação; uma amizade, uma experiência da viagem anterior, uma lembrança boa ou mesmo um caso mal resolvido.



Vamos repassar: precisamos de inteligência emocional, estamos expostos ao estresse e carregamos uma bagagem sentimental impossível de ser esquecida na esteira do aeroporto. Somos humanos e suscetíveis ao erro, como então manter tudo isso em equilíbrio? Confesso que às vezes é bem difícil, e vou dividir aqui uma experiência que aprendi há alguns anos.

Era Janeiro de 2011, e viajei para conduzir um grupo pelos parques de Orlando. A lição número 1 da temporada foi: amizade e trabalho funcionam bem quando conseguimos separá-los nos momentos oportunos, mas quem disse que precisamos dividi-los?

Tenho uma grande amiga que, há algum tempo, passou a fazer parte do meu ambiente de trabalho – eu a apresentei para a empresa e a incluí como guia de minha equipe, na época. Sempre nos demos muito bem, especialmente porque nos conhecemos o bastante para saber quando algo está errado, e não poupamos palavras quando necessário – sejam quais forem essas palavras.

Ao longo da temporada, tive o privilégio de poder dividir momentos e lembranças com ela. E tive também o dissabor de, num problema profissional, não saber administrar as posições de coordenadora, colega e amiga. Resumindo: tive que deixar a amizade de lado para dizer o que era preciso dizer profissionalmente, mas não consegui deixar de ser amiga na hora de apontar as falhas, e isso é muito grave. Pontuar profissionalmente um erro é diferente de, no calor do momento, acusar os defeitos do outro.

Nos entendemos e ficou tudo bem, como de costume. Mas eu poderia ter nos poupado um dia de mal estar se, com autocontrole, tivesse conversado no nível profissional usando o respeito, amor e consideração nos quais nossa amizade sempre se baseou. Não precisava deixar de ser amiga, bastava usar o que há de melhor nessa amizade em benefício da solução, não o contrário.

Continuando… a lição número 2 daquela temporada de Janeiro/2011 foi: trabalho nem sempre é só trabalho. Para um bom trabalho, amizade faz uma grande diferença!

Essa segunda lição aconteceu no caminho inverso do que relatei acima. Se antes eu tinha uma amiga que virou colega de trabalho, aqui eu tenho um colega de trabalho que virou um grande amigo. Ah… o Jibóia! Falo nele assim mesmo, nesse tom de brincadeira e descontração, porque com ele sempre foi assim, e como nos divertimos juntos!

Quando comecei a trabalhar como guia ele já estava lá, e desde então, sempre aprendi muito com ele – mesmo que fosse como não fazer alguma coisa. Dentre tantos aprendizados, posso dizer que o mais precioso deles é não economizar amor na hora de fazer o que se gosta. Incrível como o olhinho dele brilha a cada vez que ele está na frente do Castelo – é nítido e contagiante.

Ao começarmos como colegas de trabalho, notamos de imediato que nossos fortes estilos de liderança seriam um obstáculo: teríamos que aprender a ceder, e acho que até nos saímos bem nesse quesito. Tivemos certas falhas de comunicação e, ironicamente, eu cometi mais uma ao não me comunicar com ele para falarmos dessas tais falhas. Passamos um ano inteiro com essa pendência, que acabou explodindo em plena temporada.

Finalmente conversamos, e claro, também nos entendemos. A diferença é que, com ele, fui capaz de expressar todas as preocupações e necessidades como eu queria: profissionalmente. Mesmo assim, essa teria sido mais uma conversa formal e superficial não fosse o laço de amizade que cresceu entre nós nesses anos que passaram, e confesso estar até hoje aliviada e feliz por esse laço existir! Me sentiria péssima se tivesse saído daquela conversa assim, só no profissional. “Só no profissional” resolve, mas não é completo e não faz sentido se lembrarmos que somos todos mais do que profissionais, somos indivíduos com razão e emoção – num cenário no qual as pessoas fazem toda a diferença, seria até hipocrisia esquecer que as amizades existem, especialmente quando se trata de amizades com esta.

E assim a temporada de Janeiro/2011 aconteceu, entre amigos extremamente profissionais que não pouparam esforços para que o melhor de cada um, em todos os sentidos, fosse exteriorizado. A experiência, claro, me ensinou muito e permitiu que até hoje pudesse encontrar essas pessoas, com as quais ainda divido temporadas na Disney e momentos fora dela também.

Trabalhar com profissionais de primeira é muito bom, mas estar entre amigos pode ser ainda melhor – sabendo administrar essas relações, seu sucesso (e de seus amigos) estará garantido.

Até mais!

Luciana Ribeiro
Change Treinamento em Turismo

 

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