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Dias inesquecíveis nos EUA – Graceland, o lar de Elvis Presley!

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Acordamos super cedo, pois era um dos dias mais esperados, desejados e sonhados da nossa viagem. Finalmente iríamos conhecer Graceland, o lar de Elvis Presley!

Como era de se esperar a ansiedade era enorme. Assim tomamos o café da manhã rapidamente e chegamos ao Ticket Center por volta das 08h:00min para pegar os ingressos e esperar o nosso horário do tour vip a Graceland.



Enquanto esperávamos, mais uma vez nos encantamos com a graciosidade das pessoas de Memphis, pois o nosso guia, um senhor simpático e sorridente, nos recebeu com muitos sorrisos e ficou muito feliz por saber que estávamos vindo do Brasil.

Ficamos aguardando o nosso ônibus por mais ou menos 40 minutos e foi uma espera longa, pois para chegar em Graceland bastava atravessar a Elvis Boulevard e cruzar os portões.

Durante todos os anos em que Elvis morou em Graceland, muitos fãs ficavam em frente ao portão principal espiando a propriedade pelo muro de pedra, para poder ver Elvis em suas corridas com seus carrinhos de golfe, andando a cavalo ou passeando pelos jardins de sua casa. Alguns sortudos tiveram a oportunidade de serem convidados para inesperadas sessões de autógrafos.

Uma noite em 1976, Bruce Springsteen estava em Memphis para a realização de alguns shows, e como muitos outros fãs decidiu ir até Graceland, chegando lá não resistiu – pulou o muro – e pouco antes que pudesse bater na porta principal, os seguranças o encontraram e ele perguntou se Elvis estava e lhe disseram que não, que ele estava em Lake Tahoe, o que era verdade.

Bruce ainda tentou argumentar que era músico, que estava se tornando famoso e que gostaria de conversar com Elvis, mas os seguranças não acreditaram e o escoltaram para fora da casa.

Assim, o portão e o muro de Graceland sempre foram ponto de encontro de fãs de Elvis Presley, foi lá que muitos choraram chocados com a notícia de sua morte em 16 de agosto de 1977.

Depois da morte do Rei, todos os anos seus fãs se reuniam em frente ao portão de sua casa em uma vigília com velas, rezando e cantando suas músicas.

Assim, no ano de 1982, quando Graceland foi aberta a visitação, os fãs sugeriram que todo o dia 16 de agosto eles pudessem entrar pelos jardins de Graceland durante a vigília, passar pelo túmulo de Elvis e depois sair para continuar a vigília do lado de fora.

Desta maneira, com o passar dos anos mais eventos foram surgindo para homenagear e celebrar a carreira de um dos maiores astros da música, todos idealizados pelos fãs de Elvis Presley que contaram com o apoio da Elvis Presley Enterprise, e logo surgiu a Elvis Week, que acontece todos os meses de agosto e tem o seu encerramento com a vigília no dia 16.

Quando o ônibus finalmente chegou o coração já estava acelerado e ainda bem que conseguimos chegar mais cedo para poder ajustar antes o equipamento de áudio, afinal quando a emoção bate é complicado não se atrapalhar. Em menos de 05 minutos, estávamos lá passando pelos portão de uma das casas mais visitadas dos EUA, depois da Casa Branca.

Alguns minutos depois, já estávamos na porta principal de Graceland, mais uma vez olhei para o lado e o Luiz e a minha sogra com aquelas carinhas de “não acredito que estou aqui” e eu provavelmente estava com a mesma expressão feliz e meio abobalhada!

Antes de contar como é Graceland, vou contar um pouco da história da casa e como ela passou a ser o lar de Elvis Presley.

Graceland era originalmente uma fazenda de mais de 500 acres e ganhou este nome para homenagear a tia dos proprietários Ruth Brown Moore e seu marido Thomas Moore que construíram a casa principal da fazenda, que parecia ser destinada a ser o lar de músicos, pois a filha do casal Moore que lá cresceu, Ruth Marie se tornou harpista da Memphis Symphony Orchestra.

Na primavera de 1957, aos 22 anos de idade, Elvis Presley comprou a casa de Graceland e mais alguns poucos acres da fazenda, pois necessitava de um lugar mais afastado e tranqüilo para morar e Graceland ficava longe do centro de Memphis. Sua antiga casa era alvo constante de fãs e além da falta de privacidade ainda trazia diversas reclamações dos vizinhos.

Nesta época Elvis já tinha conquistado diversos discos de ouro, milhares de fãs como cantor e estava iniciando a sua carreira de ator. Quando comprou Graceland estava filmando “Loving You”. Apenas a título de curiosidade, foi o filme “Jailhouse Rock” que rendeu as melhores críticas ao trabalho de Elvis como ator.

A aquisição de Graceland foi para Elvis a realização de um sonho, pois poderia dar aos pais, em especial a sua mãe, uma casa com todo o conforto e luxo que ela merecia, bem como um pouco mais de privacidade a todos.

Elvis apesar de possuir outras casas, uma em Los Angeles na década de 60 – por conta da sua carreira de ator – e outra em Palm Springs, sempre passava seu tempo livre em Graceland, que para ele sempre foi o seu lar.

Durante a parte mais dolorosa da vida de Elvis, quando ele perdeu a mãe, em 14 de março de 1958, foi nos degraus em frente a Graceland que ele chorou ao lado do pai, porém não poderia recuperar-se da grande perda em sua casa, já que estava servindo o exército americano e deveria voltar ao seu posto.

Em 1960, Elvis foi dispensado do serviço militar e ao ser entrevistado, lhe perguntaram do que mais ele sentiu falta enquanto servia seu país na Alemanha, a resposta foi automática: “da minha casa aqui em Memphis”. Neste mesmo ano, ainda em serviço na Alemanha, conheceu a então menina Priscilla, que 7 anos mais tarde tornaria-se sua esposa.

Feito este breve histórico, volto a relatar como foi pisar com o pé direito em Graceland, e poder ver de perto o lar deste grande ídolo.

A primeira sala que vemos ao entrar é a sala de estar, com a decoração na cor branca, com um gigantesco sofá branco de mais de 10 lugares, e ao fundo uma outra sala menor, separando estes dois ambientes um lindo vitral com dois pavões coloridos que iluminam as duas salas. Na sala menor temos um dos primeiros aparelhos de TV que Elvis comprou e um piano de cauda.

 

Logo ao lado desta sala, passando pela escada principal, também pudemos conhecer a suíte de Vernon e Glayds, pais de Elvis, a decoração é simples, mas o mais charmoso detalhe fica por conta do papel de parede em tom levemente rosa estampado com poodles. Esta decoração foi a original da época em que Glayds e Vernon moraram em Graceland e teve que ser restaurada, pois com a morte de Gladys e o segundo casamento de Vernon, ele deixou de morar em Graceland e a suíte foi ocupada pela avó de Elvis.

A escada principal que dá acesso ao segundo andar da casa também é branca com a parede lateral revistada por espelho e tem como fundo uma parede com uma cortina azul e no teto um impotente lustre de cristal. Por esta escada Elvis descia sempre impecavelmente arrumado e sorridente para receber seus familiares e amigos que freqüentavam a casa constantemente.

Com a casa sempre cheia de amigos, familiares, músicos e empregados, Elvis reservou o segundo andar para sua tranqüilidade e lá somente poderiam subir os familiares mais próximos e os amigos que fossem convidados. E assim permanece o segundo andar até os dias atuais, para manter a privacidade do Rei e também porque muitos fãs voltariam suas atenções para o banheiro onde Elvis foi encontrado morto.

Enfim, como bons convidados devemos respeitar as regras do dono da casa, então seguimos para a sala de jantar, onde Elvis fez diversas refeições com os amigos, onde a decoração combina com os outros cômodos da entrada da casa.

A última grande remodelação destes cômodos aconteceu em 1974 e foi desta maneira que decidiram preservá-los.

Elvis adorava mudar a decoração da casa e como amava o Natal, as cortinas azuis eram trocadas por cortinas vermelhas todos os anos, para que a decoração natalina ficassem ainda mais evidente.

Ao passar para a cozinha senti que ali começaríamos a conhecer um pouco mais a respeito do dono daquela linda casa, afinal a cozinha é o coração do lar.

A cozinha de Graceland é um charme, com muitos armários, eletrodomésticos de todos os tipos, foi um dos cômodos mais aprimorado ao longos dos anos, e hoje está exatamente como Elvis a deixou nos anos 70.

A cozinha sempre recebeu atenção especial de Elvis, porque funcionava 24 horas por dia, e lá eram preparadas todas as refeições de Graceland, não só do Elvis, de sua família e amigos, mas também de todos os músicos da banda de Elvis, dos empregados e seus familiares.

No fundo de uma gaveta da cozinha permanecem os rabiscos que Lisa Marie fez quando ainda era criança. Por falar em Lisa, ela e Elvis viviam aprontando pela casa, certo dia Elvis resolveu deixar que Lisa andasse com seu pônei dentro de casa, e como era de se esperar a bagunça foi completa.

Ao passarmos pela cozinha, a próxima sala vemos é a famosa “Jungle Room”, que recebeu esse apelido por conta de sua decoração que realmente lembra uma floresta, mas até chegar na “Jungle Room” que Elvis deixou, foram muitos anos de reformas e aprimoramentos. Antes de ser uma sala, este cômodo era um quarto, que Elvis decidiu ampliá-lo quando fez uma grande reforma em Graceland em 1960.

Como a “Jungle Room” mais integrada a cozinha, a família e os amigos começaram a passar mais tempo por lá e em 1965 foi instalada uma cascata e um pequeno jardim na parede lateral, com destaque para a figura de São Francisco de Assis.

Em 1970 foi instalado no chão e no teto da sala o carpete verde que fez com que a sala realmente parecesse uma floresta. A mobília exótica com animais entalhados com peças gigantes foi incorporada a “Jungle Room” em 1974 e para que os móveis maiores pudessem entrar, uma das janelas da casa precisou ser retirada.

Em 1976 Elvis precisava entregar um novo álbum para a gravadora RCA, mas sua saúde e seu estado de espírito não o motivavam para enfrentar semanas de gravações nos estúdios da cidade de Nashville, então a RCA decidiu se mudar para Graceland e de fevereiro a outubro de 1976 diversas músicas foram gravadas na “Jungle Room” que se tornou o estúdio particular de Elvis. Esta sala também foi a escolhida pela gravadora, uma vez que o carpete verde (presente no chão e também no teto), auxiliava na acústica.

As canções gravadas na “Jungle Room” resultaram em dois álbuns “From Elvis Boulevard, Memphis, Tennessee”, lançado em maio de 1976 e “Moody Blue” em junho de 1977.

Em Graceland, Elvis Presley também transformou o seu porão em duas salas especiais, iniciando a reforma em 1974, juntamente com Linda Thompson (que era a sua namorada na época) e o jovem decorador William (Bill) Eubanks.

A primeira sala que visitamos é a sala de TV, descemos pela estreita escada que leva ao porão, que tem o teto revestido por espelhos, assim como o teto da própria sala para dar a sensação de amplitude já que o pé direito da sala é baixo.

As cores predominantes são o amarelo e o azul e para entrar na sala é preciso passar por um bar muito charmoso, todo em amarelo com as paredes espelhadas e prateiras de vidro.

Logo em seguida está a sala com três aparelhos televisores, Elvis resolveu instalar em 1969, depois que soube que o presidente dos Estados Unidos Lyndon Johnson gostava de assistir 2 ou 3 telejornais ao mesmo tempo para estar sempre bem informado.

Durante a reforma em 1974, os aparelhos foram renovados e a sala ganhou um sistema de projeção muito avançado para época, onde tanto a tela quanto o projetor ficam devidamente camuflados para não atrapalhar o visual do ambiente.

Além da paixão por televisão, Elvis também adorava ouvir música e tinha um gosto eclético e a sua imensa coleção de discos que ficava nesta sala.

O carpete é amarelo e temos um grande e confortável sofá é azul escuro, que combinam com a pintura da sala em amarelo, azul e branco, e uma das paredes foi incorporado o logo TCB (“Taking Care of Business in a Flash”) e a decoração da sala é complementada por luminárias cromadas e por almofadas brancas e amarelas.

Esta sala é uma das mais fantásticas da casa na minha modesta opinião, parecia que eu estava em uma boate dos anos 70 e que do nada Elvis iria surgir com suas costeletas e seu macacão branco repleto de brilho. Também não pude deixar de lembrar das fotos dos anos 70 do meu pai com suas calças boca de sino e suas costeletas a la Elvis Presley, realmente entrei no túnel do tempo ao pisar naquela sala.

A sala ao lado era a sala de bilhar, também com uma decoração exótica misturando temas asiáticos, indianos com itens de decoração americana dos anos 70. O que mais chama a atenção neste ambiente é o tecido que reveste tanto o teto quanto as paredes. A luminária de vitral em cima da mesa de bilhar tabém é linda e foi feita especialmente para esta sala.

Há um confortável jogo sofás com o mesmo tecido das paredes com muitas almofadas indianas e mais duas cadeiras Luis XV em tecido vermelho e outras duas poltronas amarelas que ficavam próximas a lareira e a uma estante trabalhada em metal.

Estas duas salas eram proibidas para as crianças, assim Lisa, seus primos e amigos não podiam descer lá em hipótese alguma, porém como para criança tudo que é proibido é mais gostoso, em uma das escapadas até o porão, Lisa e seus primos estavam brincando na mesa de bilhar quando a quina de uma das luminárias acabou quebrando por culpa de Lisa.

E com a visita ao porão terminava a nossa tour dentro da mansão, ao sair passamos pela piscina que também era uma das áreas preferidas de Elvis – para ele uma casa sem piscina não tinha graça – levando em conta o calor do verão de Memphis, ele tenha toda a razão.

Pela extensão deste artigo, vou deixar para relatar e contar a histórias da sala de racquetball, do escritório do Vernon, pai de Elvis, e do jardim de meditação, onde o corpo de Elvis descansa, bem como sobre o museu de seus carros e motos e sobre seus aviões para o próximo artigo.

Espero que todos tenham gostado de saber mais um pouquinho sobre a vida do Rei do Rock, sobre a sua casa e principalmente que ele só alcançou tudo aquilo que desejava na vida porque jamais deixou de sonhar até chegar onde queria.

Quem sabe ele não morreu tão jovem e cheio de perturbações porque em algum momento da sua trajetória perdeu o contato com aquele menino sonhador que só precisava do seu coração, voz e um violão para ser feliz e fazer as outras pessoas sonharem.

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